Hoje mais uma mulher foi morta pelo companheiro. A estatística diz-nos que, em Portugal, morrem em média 30 mulheres por ano, sendo que, nos últimos 11, se registaram 428 femicídios, o que é muito para um país com pouco mais de dez milhões de habitantes. Todos os casais atravessam momentos menos bons por diversos motivos. Segundo alguns relatos de vítimas, as agressões começam ainda no namoro e na maioria dos casos a mulher é a vitima. Em algumas situações o sentimento de amor que a vítima sente pelo companheiro é mais forte e, por isso, tenta aguentar, dando continuidade ao casamento. Mas, no geral, a situação acaba sempre por se agravar, até que um dia acaba numa tragédia como a de hoje. Nós cidadãos comuns também temos responsabilidades, se tivermos conhecimento de casos de violência devemos denunciar, pois pode fazer a diferença entre uma vida e a morte.
APAV- Associação de apoio à vítima
A minha história de violência doméstica:
Venho pela primeira vez partilhar a minha história de violência doméstica.
Namorei durante 5 anos com a pessoa mais querida e doce do Mundo. Era
atencioso, querido e carinhoso, conheci-o no emprego e estava a
atravessar uma época muito má da minha vida. Estava carente e só e ele
aproveitou-se disso. Após 5 anos, decidimos casar. Na noite de núpcias,
houve uma coisa que me disse, tu és minha para sempre’. Na altura, não
liguei, até que ao fim de 2 anos de casamento tudo mudou.
Começou com uma bofetada, só porque não tinha as mesma ideias dele.
Pediu desculpa e durante alguns meses não aconteceu nada, até que passou
para as agressões psicológicas. Começou a controlar com quem falava, se
saia, fez-me despedir do meu emprego para ficar em casa. Sempre que
chegava a casa bêbado, bastava ver-me para as agressões psicológicas
começarem. Era ‘puta’, ‘cabra’, que ele me iria educar, porque estava
mal educada. Quando uma vez fiz-lhe frente deu-me um murro que fiquei
KO, ai ele obrigou-me a fazer sexo com ele, sempre a bater-me, fiquei
grávida da minha filha nessa noite, mas, mesmo assim continuou a
bater-me em toda a gravidez, por isso tive sempre em risco de aborto.
Quando ela nasceu, as coisas pioraram, tirou-me o meu carro, cartões
bancários, BI, tudo o que pudesse, proibiu-me de falar ou ir a algum
lado, tinha que estar em casa isolada do Mundo, telefonava várias vezes
por dia para me controlar. Emagreci 22 Quilos, estava esquelética, não
dormia e não comia, partiu-me 3 costelas, e a cana do nariz, fui parar 3
vezes ao Hospital, a ultima vez estava com 15 equimoses no meu corpo,
fora as vezes que eu me curava em casa. O ano passado disse para mim
‘BASTA’, sai de casa a meio da noite, sem dinheiro, com a minha filha de
15 meses atrás, e meia dúzia de tarecos. Não se importa com a filha e
continua a querer ‘mandar’ em mim, mas, prometi a mim própria que nunca
mais, teria medo dele, nunca mais ele teria as rédeas da minha vida,
nunca mais me humilhava, nem me batia. Por isso vivo actualmente um dia
de cada vez, com os meus fantasmas, e os meus medos, mas com a esperança
que um dia acordo sem eles em mim.
domingo, 9 de julho de 2017
domingo, 2 de julho de 2017
Quem nunca os viu nas nossas praias?
Logo pela manhã eles aparecem sem quase darmos por eles. Apenas quando passam à nossa frente, param e dizem num tom de voz baixo e numa língua parecida ao português, "balato, balato, bonito" nos apercebemos da sua presença. São Africanos, talvez do norte, vendem quase tudo que necessitamos para a praia: toalhas, óculos de sol, vestuário, principalmente para senhora, desde vestidos de cores alegres ao estilo africano até biquínis, pulseiras e outros acessórios que os adolescentes gostam de usar no verão. São pessoas simpáticas que querem apenas ganhar alguns euros, mas para isso fazem dezenas de quilómetros, percorrem as praias várias vezes ao dia até ao entardecer. Terão estes homens tempo para viver? Como será a sua vida depois da época de verão?
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